Na Santa Missa desta Quarta-feira de Cinzas, Francisco sublinhou a importância do cristão parar, olhar e regressar a Deus – Da redação CANÇÃO NOVA.
“Para, olha e regressa”, este é o convite feito pelo Papa Francisco na Santa Missa desta Quarta-feira de Cinzas, 14, celebrada no Vaticano, em Roma. Neste dia de jejum e penitência, o Santo Padre sublinhou a necessidade dos cristãos aproveitarem o tempo da quaresma para desmascararem tentações e deixarem o coração voltar a bater segundo as palpitações do coração de Jesus.
Segundo Francisco neste tempo de reflexão e correção do coração, a Igreja propõe que todos os fiéis se atentem a tudo que possa “arrefecer” e “oxidar” o coração. “Cada um de nós conhece as dificuldades que deve enfrentar, e é triste constatar nas vicissitudes diárias como se levantam vozes que aproveitando-se da amargura e da incerteza, (…) semeam o fruto da desconfiança, que é a apatia e a resignação. Demônios que paralisam e cauterizam a alma”, refletiu.
Diante das dificuldades enfrentadas rotineiramente pelos cristãos, o Pontífice sublinhou a importância do cristão parar, olhar e regressar a Deus neste momento de introspecção proposto pela Igreja. A primeira sugestão proposta pelo Papa, a de parar, pede de acordo com o Santo Padre, para que a agitação e a dispersão sejam deixadas de lado para que o coração se esvazie de amargura, do que divide e destrói, para se ocupar do tempo da família, da amizade, dos filhos, dos avós, da gratuidade e do tempo de Deus.
Francisco prosseguiu aconselhando os fiéis a pararem com a necessidade de aparecer e serem vistos, com comentários desdenhosos, com a ânsia de controlar tudo, com ruídos na fé, com atitudes que fomentam sentimentos estereis e infecundos, com tudo que priva a criação de raízes e laços, que é instantâneo, momentâneo e efêmero. O pontífice prosseguiu pedindo um olhar mais fecundo sobre as pessoas e o mundo.
O convite de Francisco aos cristãos é para um olhar do que os impede de seguir a caridade, aos esforços das famílias para serem um lar de amor, às crianças e aos jovens carregados de futuro e esperança, aos idosos portadores da memória viva de um povo, aos doentes que lembram o valor da vida que não pode ser calculada nem medida, e aos que lutam para mudar as situações e realidades para seguirem em frente.
“Olha e contempla o rosto concreto do Cristo crucificado por amor de todos, sem exclusão (…). Olha o seu rosto, que é convite cheio de esperança deste tempo de quaresma para vencer os demônios da desconfiança, da apatia e da resignação. Rosto que nos convida a exclamar: o reino de Deus é possível!. Para, olha e regressa. Regressa a casa de teu Pai, regressa sem medo aos braços ansiosas e estendidos do teu Pai Rico em Misericórdia que te espera. Regressa, sem medo este é o tempo oportuno de voltar para casa, a casa do meu Pai, do vosso Pai”, afirmou o Pontífice.
O Santo Padre encerrou a homilia ressaltando que a quaresma é tempo de deixar o coração ser tocado, e alertou: “Permanecer no caminho do mal é fonte apenas de ilusão e tristeza. A verdadeira vida é outra coisa, muito bem diferente e bem sabe o nosso coração, Deus sabe o nosso coração, Deus não se cansa e jamais se cansará de estender a mão”. Por fim, o Papa convidou todos a retornarem sem medo à ternura sanadora e reconciliadora de Deus. “Deixa que o Senhor cure as feridas do pecado e cumpra a profecia feita aos nossos pais: dar-vos-ei um coração novo e introduzirei em vós um espírito novo, arrancarei do vosso peito o coração de pedra e vos darei um coração de carne”, finalizou.